quinta-feira, 23 de março de 2017


A terceirização atinge diretamente as mulheres brasileiras


   O Projeto de Lei (PL) 4.302/1998 que libera a terceirização para todas as atividades das empresas, passou tranquilamente nessa quarta-feira pela câmara dos deputados. Implicando que agora todos os setores de uma empresa podem ser terceirizados, a empresa inicial contrata funcionários de uma outra empresa prestadora de serviços.

O que isso significa?

   De forma prática e a grosso modo, significa não ter garantias trabalhistas, não ter nenhuma segurança, não saber a quem recorrer caso precise dentro da empresa e não ter como cobrar o empregador; a jogada para esse golpe foi bem planejada, o sucateamento de empresas brasileiras como Petrobrás e as grandes construtoras que tiveram obras paralisadas com a operação Lava-jato, geraram uma reação em cadeia em todo o país, o que causou um grande número de desempregos, hoje há cerca de 12 milhões de desempregados no Brasil, o trabalho está escasso e o “exército de reserva” é numeroso, o que faz com que o trabalhador se sujeite a qualquer salário e qualquer tipo de contrato, sem muitas reinvindicações, no fim das contas é um retrocesso para o Brasil e não irá gerar crescimento econômico para o trabalhador, só para a burguesia mesmo, a quem serve nossos políticos.


Porque o feminismo está relacionado a esse processo?

   O Brasil tem cerca de 6 milhões de mulheres a mais do que homens, somos maioria trabalhando, já ocupamos os piores cargos mesmo com maior escolaridade, nossa remuneração é menor e somos maioria em subempregos e no trabalho informal. À cada 10 trabalhadoras que sofrem assédio sexual, 8 são terceirizadas. Acredite, quando Simone de Beauvoir diz: “Basta uma crise política, econômica e religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. ”

   A pauta contra a Terceirização, bem como da Reforma da Previdência, nos atinge diretamente. A burguesia não está considerando que exercemos jornada dupla e que por isso nossa força de trabalho será ainda mais desvalorizada. Além do fato de que muitas mulheres ainda dependem da renda do companheiro, o que se torna um golpe duplo, pois as mulheres são atingidas novamente.

   Portanto, companheiras, o momento de nos unirmos e lutarmos contra o golpe duro que a classe trabalhadora está sofrendo é esse, não podemos nos calar diante dessa escravidão moderna. 

Não a terceirização!

Não a reforma da previdência!

2 comentários:

  1. "A cada 10 trabalhadoras que sofrem assédio sexual, 8 são terceirizadas". Fonte?

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  2. "A cada 10 trabalhadoras que sofrem assédio sexual, 8 são terceirizadas". Fonte?

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