quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017






Foto capturada durante a marcha contra a pl 5069 


Qual o caminho para o Feminismo no Brasil?



Um pouco da história


   O movimento feminista começou após a Revolução Francesa que pregava Liberdade, igualdade
e fraternidade, mas só para homens ricos. Mulheres, homens pobres e escravos continuavam sendo considerado indignos da cidadania, mulheres eram propriedade dos homens, consideradas por muitos como inferiores, muitas se puseram a luta pela igualdade e cidadania, buscando o sufrágio, direito ao aborto, igualdade salarial, a propriedade privada entre outras coisas. Uma luta que em sua maioria não contemplava as mulheres servas nem os escravos. Após a Revolução de Outubro o Socialismo se ascendeu, um novo movimento feminino surgiu liderado por uma revolucionária, Clara Zetkin, juntamente com Lênin, através dos estudos e análises de Marx e Engels, percebeu-se a importância de um movimento feminino pela causa proletária, que contemplasse aos oprimidos, as mulheres servas, trabalhadoras, da classe operária.



É preciso ir além


   Entende-se que mesmo sendo o socialismo uma necessidade para o estabelecimento da igualdade social, a análise de gênero é primordial para se entender as relações de poder dentro do patriarcado. A mulher, além da exploração econômica que sofre sendo da classe proletária, também é explorada por ser mulher, é vista como objeto, como propriedade do homem, serve com sua força de trabalho, porém também é vista como produto na exploração sexual, que no Brasil ocorre desde a colonização e escravidão. Os anos passaram e muitas camaradas deram a própria vida na luta, alguns avanços aconteceram, o sufrágio universal, direito ao aborto em alguns países, direito ao divórcio, leis como Maria da Penha e do Feminicídio. Porém no Brasil o direito ao aborto ainda é um tabu, mulheres ainda ganham menos e ocupam piores cargos, mesmo sendo maioria com cursos superiores, somos minoria no trabalho formal, e a questão de raça tem um peso extra, pois a mulher negra ainda tem menos oportunidades que a branca da mesma classe, ganha menos e sofre mais violência doméstica (essa questão não pode ser omitida). Não temos direito absoluto pelos nossos corpos, ainda somos maioria em subempregos, para que uma mulher saia para trabalhar é necessário que haja outra em casa para fazer “seu papel” nos trabalhos domésticos, quase sempre é a filha mais velha ou a empregada. Cumprimos dupla, tripla jornada, somos assassinadas de forma absurda pelos nossos companheiros, os abusos sexuais permanecem aumentando, somos cada vez mais objetificadas. A lista de pautas é imensa e não se vê outro caminho para a emancipação real da mulher de outra forma que não seja alinhado à luta de classes.



Então para onde vamos?


   É preciso entender que o Socialismo não é uma fábula mágica em que aparecerá uma fada e modificará as coisas ao redor com um simples truque. Mas é necessário primeiro zerar as desigualdades sociais que são o peso maior, pois alimentam as opressões. “Seria ilusório, entretanto, imaginar que a mera emancipação econômica da mulher fosse suficiente para libertá-la de todos os preconceitos que a discriminam socialmente. A realização histórica da sociedade de economia coletiva, tem mostrado, embora a emancipação econômica da mulher seja “sime qua non” de sua total libertação, não constitui em si mesma, esta libertação integral... Obviamente, a elaboração de legislação que não discrimine os sexos, quer na família, quer na política, quer ainda no setor cultural, quer nas situações de trabalho, como se fez na URSS (União Soviética) e na China, são fatores imprescindíveis à elevação social da mulher. A partir disso, contudo, é preciso que a sociedade se empenhe na eliminação de uma mentalidade habituada a promover a inferiorização, de fato, da mulher.” - Heleieth Saffioti

   Não há outro caminho, a não ser a luta de classes, para a vitória do feminismo. Mesmo que o gênero seja abolido e os papéis de gênero não existam mais, como luta algumas feministas, quem impedirá a mulher burguesa de explorar a mulher pobre? Quem impedirá mulheres da liderança imperialista de promover a destruição e abalar a vida de tantas mulheres no mundo? O capitalismo não criou as opressões, mas se alimenta de todas elas, somente superando o sistema de classes sustentado pelo capitalismo, poderemos ter uma vitória completa e emancipação real.

   É preciso maior união das mulheres e pavimentação de trabalho de base nas periferias, no campo, nas portas de fábricas, como muitas companheiras já vem fazendo em vários coletivos classistas no Brasil, o feminismo começa hoje ir além do que se vê nos programas globais e nãoexiste outro caminho real, resistiremos e venceremos!
   
  #Khaleesi

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